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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Presente de Natal

Saudações, caros leitores e leitoras!

Eu iria atualizar o blog ontem (24/12/2009), mas algum problema ocorreu com o servidor do blog, pois não conseguia acessar nem os blogs e nem de ninguém!

Não sei se todos que visitam o blog comemoram o Natal, porém achei justo, por ser o primeiro Natal depois que criei o blog CRIATURAS DA ESCURIDÃO, dar um presente aos leitores.

Estou postando o primeiro capítulo de "Vinganças de Sangue", uma ficção sobre vampiros lançada em livro por mim.

Quem curtir e quiser ler o resto da estória, clique no link e veja como adquirir o exemplar:
http://criaturasdaescuridao.blogspot.com/2009/11/livro-vingancas-de-sangue.html


Comemorem esta data, mas não se esqueçam, estamos a espreita, e tenham cuidado, pois vocês podem ser nossa ceia!


Capítulo 1

Já era noite. Ele caminhava calmamente pela calçada. Há muito tempo deixara de ser proibido que as criaturas da noite andassem entre os humanos, até porque há muito tempo os humanos começaram a perambular pela noite como faziam de dia, não mais temendo os perigos da ausência do astro-rei.

Apesar de poderem caminhar entre os humanos que se aventuravam na noite, algumas criaturas preferiam viver mais no isolamento. Quando decidiam andar entre a multidão, tinham cuidado sempre de não chamarem muita atenção, afinal, a tecnologia cada vez mais moderna era um fator preocupante, de repente poderia surgir algum aparelho que, de alguma forma, acabasse delatando a existência deles, e isso, era algo que ninguém dessa espécie gostaria.

Na maioria das vezes, trajavam roupas pretas, pois ajudava, e muito, na camuflagem noturna. Tinham pele pálida que, querendo ou não, acabava por chamar a atenção de alguns olhares mais atentos. Possuíam olhos intensos, olhares poderosos e intimidadores. A pele era fria, assim como o coração. Os que não optavam pela solidão, andavam em bandos.

Ele prosseguia em seu caminho pré-determinado. Não caçava todas as noites. Evitava repetir os locais de caça o máximo que pudesse. Não mantinha um padrão. Alterava os pontos de mordidas pelo corpo da vítima, assim como, de vez em quando, deixava alguma marca de agressão, mesmo causada pós-morte, apenas para que em alguma investigação, não fosse apontado algo muito suspeito, que ligasse a morte à criatura.

Após quinze minutos de caminhada, chegara ao destino, o local onde encontraria sua próxima vítima. O desejo por sangue sempre fora algo forte, inevitável. Não há moral ou princípios, ou você é ou não é uma criatura da noite que se alimenta de sangue, um vampiro. Em vida, você pode ter sido a alma mais caridosa, mas ao se transformar em um sugador de sangue a fome o consome, e mesmo que a culpa o atinja, você mata, para se alimentar, e seja sincero, o prazer existe ao fazer isto.

O local da vez era uma das várias praças da cidade, localizada na parte mais central, possuindo estátuas que homenageavam pessoas importantes ao município, fontes que criavam efeitos como se as águas dançassem a cada esguicho, cercadas por arbustos, bancos e pisos trabalhados, guardando cantos mais íntimos utilizados por casais apaixonados a procura de um refúgio para expressarem toda a excitação pelo corpo alheio, mas tais locais também se tornavam propícios para um ataque, não só das criaturas da noite, mas também de pessoas de má fé. Mas hoje, para alguém, a sorte não iria estar ao lado. Sorte seria ser assaltado, mas hoje será morta. Digo morta porque ele prefere as fêmeas, pois exalam um cheiro mais adocicado, mais sexy e inebriante.

A criatura, como uma fera que busca por sua presa, se espreitava entre as sombras produzidas pelas enormes e antigas árvores da praça. Não foi necessário esperar muito, logo uma possível vítima, provavelmente uma garota saindo de uma festa, ou voltando da faculdade, sozinha, desatenta. Como era fácil! Entre as sombras, para um olhar muito treinado, daria para perceber dois pontos brilhantes faiscarem quando a vítima entrara no campo de visão do predador. Uma garota de estatura mediana, cabelos compridos loiro-claros, pele morena clara, com uma pequena barriguinha aparecendo fora da babylook, usando calça jeans e sandálias de salto alto.

Já perdera a conta de quantas vezes já havia caçado, mas toda caça era empolgante. Se possuísse um coração batendo em seu peito, provavelmente estaria a mil por horas. A adrenalina somada ao desejo de se alimentar e o cheiro do sangue eram provocadores. Era irresistível! Buscava sempre ser rápido. Evitava os gritos das vítimas. Era cuidadoso. Não queria maiores problemas. Queria sim se alimentar, e pronto.

Como um animal, subiu na árvore com destreza e sem ruídos. Observava, esperava o seu alvo, que passava desatenta com fones de ouvidos. Não demorou muito, a criatura saltou atrás da garota que nem percebeu, pois o salto praticamente não produziu barulho, nem mesmo do impacto de seus coturnos ao chão. O vampiro chegou bem perto da vítima e, sem demora, segurou firme a moça pelos braços, que se assustou, mas quando pensara em gritar, teve seus gritos totalmente abafados por uma mão forte que tampara sua boca. Na verdade, nem adiantaria gritar, pois a criatura teve o cuidado de verificar se haviam mais pessoas por perto. Olhos arregalados demonstravam um desespero total da garota, que logo foi abocanhada na altura de seu ombro esquerdo por dentes afiados e fortes. O sangue começou a escorrer, e suas pernas começaram a fraquejar. O vampiro entrou em um transe de prazer e satisfação. Quanto mais sugava o sangue, mais apertava a vítima, mais sentia o desejo de estraçalhá-la.

Não demorou mais do que cinco minutos, e o vampiro se satisfez o máximo possível do sangue da pobre garota, que nestas alturas, já estava morta, anêmica, com o corpo ereto apenas pela força exercida pelo vampiro. Ele se controlara apenas para não arrebentar todo o corpo da garota, e ao retirar os dentes, que antes estavam cravados na pele da vítima, ele rosnou. Era seu lado mais primitivo se expressando, se deliciando. O vampiro fechou os olhos, buscou controlar a excitação. Um pouco menos agitado, jogou o corpo da garota em direção ao arbusto mais próximo, como quem se livrava de uma lata de refrigerante vazia. O corpo caiu totalmente inerte ao chão. O vampiro limpou sua boca com certa satisfação de desejo concluído, marcada pelo sangue que bebeu. Sentia em seu interior o sangue quente, vivo.

E como no início, sumiu entre as sombras.



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