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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Estória de minha autoria

Saudações, caros amigos e amigas!

Nesta postagem irei apresentar à vocês mais uma estória criada por mim. É um conto curto, logicamente envolvendo vampiros.

Peço, por favor, que não utilizem a estória sem minha autorização.

Espero que gostem!

Comentem, digam o que acharam da estória ao final desta postagem.

Não nos subestime. A aparência pode ser inocente, mas esconde em seu interior uma fera pronta para matar.



Autor: Kampos

Ele gostava de manipular suas vítimas. Fazer com que viessem até ele, sem nem mesmo precisar correr atrás delas. Tinha conhecimento de seu poder. A sedução.

Talvez por isso, na busca de mais uma vez comprovar do que era capaz, tenha se interessado pelo grupinho de amigos reunido em frente a um barzinho.

O barzinho em questão ficava próximo a faculdade. Apesar de não ser permitido, vivia lotado de alunos que consumiam todo tipo de bebidas alcoólicas. Mesmo em dias de semana, o bar permanecia aberto até as três da manhã, ainda mais nestas noites, nas quais o calor predominava. Noites propícias para caçar.

Não demorou muito para o vampiro achar uma possível vítima. Enquanto observava o grupo de amigos que bebiam e riam, avistou mais ao canto, meio que se isolando, uma moça, que aparentava ser tímida, meio cabisbaixa, com um copo de cerveja, que bebia aos poucos. Entre todos, era a única que permanecia em silêncio, apenas escutando.

- Eu não sei por que vocês ainda chamam a mudinha da Vanessa para vir com a gente. – Criticou Michelle, com a habitual expressão esnobe no rosto.

- Antes ela vir do que ser a única na sala de aula para dedurar a galera toda que veio para o bar. – Respondeu Adriano, em seguida bebendo de virada o copo de cerveja, pronto para enchê-lo novamente.

- Hum. – Michelle deixou claro o descontentamento com a resposta do amigo já embriagado.

Michelle era patricinha ao extremo, bem cuidada, de família rica, toda vestida de forma sensual, ostentando suas belezas e curvas, roupas extravagantes, com panos cobrindo cada vez menos o corpo, o que deixava os rapazes loucos de desejo. Ela adorava esse efeito, principalmente quando os rapazes que ficavam a babar por ela eram comprometidos. Esbaldava-se vendo as namoradas morrendo de ódio dela. Intimamente, sabia que era fútil. Não apresentava sequer um pouco de sabedoria, e não fazia questão disso, afinal, com o corpo que possuía, logo arranjaria um otário para bancá-la pelo resto de sua vida.

Enquanto Michelle era do tipo atirada, de corpo exuberante e desejada por todos, Vanessa, era quieta, muito tímida, e não apresentava muitos atributos físicos. Não que fosse feia, mas sabia que dificilmente desbancaria Michelle em um concurso de beleza. Foi para o bar apenas por causa da insistência de todos do curso, já que se um aluno ficasse na sala, todos teriam que permanecer até a última aula. Sentia-se perdida naquele local. Não era muito de beber e não sabia jogar conversa fora. Ficava mais a se distrair com o líquido de seu copo e olhando para o nada. Às vezes, olhava para os lados, como se procurasse um amigo, algo que, na verdade, ela não tinha ali. Porém, foi em uma dessas olhadas laterais que Vanessa percebeu o rapaz de estatura mediana, todo vestido de preto, inclusive de sobretudo, encostado em um carro ao longe. Vanessa olhou por um tempo para o rapaz, voltando rapidamente o olhar para baixo quando se surpreendeu ao perceber que o misterioso rapaz a encarava. Na mesma hora, sua face avermelhou, aparentando um pimentão, o que chamou a atenção da turma.

- Nossa, Vanessa! Por que você está dessa cor? – Perguntou Gustavo, um dos colegas de sala.

- Tá pensando sacanagem, né?! – Adriano disse, em meio a gargalhadas, demonstrando claramente que a bebida já havia subido a sua cabeça, e muito.

Michelle ria de forma estridente da garota, que ficava cada vez mais desconcertada. A patricinha só interrompeu as gargalhadas ao perceber a presença do rapaz ao fundo.

- Nossa, mas quem é aquele ali?! – Perguntou Michelle, com expressão sacana, enquanto acertava melhor sua postura, de forma a ter certeza que sua bunda estava mais empinada e seus seios mais apertados e visíveis em seu decote.

- Quem? - Adriano voltou o olhar em direção ao rapaz que Michelle olhava de forma quase hipnótica. – Sei não, mas pelo jeito deve tá indo para um enterro, tá todo de preto! – Adriano não continha mais suas risadas, e nem mesmo seu equilíbrio.

Aos poucos, Vanessa voltou a olhar para o rapaz, já sentindo o coração disparado, o que piorou quando o viu cruzar o olhar com o seu e lançar um leve sorriso. Vanessa sentia que iria ter uma parada cardíaca ali. Seria possível que aquele cara de tão boa aparência, de pele bem clarinha estaria afim dela?!

Michelle não tinha mínima vergonha. Olhava descaradamente para o rapaz, e ficou estarrecida quando percebeu que o mesmo lançara um sorriso para outra garota, e pior, para Vanessa, a mudinha da sala. Como podia aquilo?!

Outro que percebeu o sorriso para Vanessa foi Adriano, que não perdeu a chance de cutucar Michelle:

- Ih, Loira! Tá perdendo para a Vanessa, é? – Gargalhadas contínuas.

- Cala boca, seu bêbado! – Michelle estava irritadíssima. Não poderia aceitar que umazinha qualquer como Vanessa ficasse com um cara daqueles.

O vampiro sabia muito bem que o grupo havia o visto. Não, não havia sido descuidado. Fazia parte do plano. Deixou que o vissem, dando sequência ao jogo. Um leve sorriso brotou em seus lábios, demonstrando satisfação. Permaneceria ali, parado, observando atentamente sua provável vítima. Tão tímida, tão calada, mas que de longe o vampiro já podia sentir o sangue que percorria o corpo da garota, que por estar nervosa, tinha seus batimentos cardíacos demasiadamente acelerados.

Vanessa queria olhar novamente para o rapaz, para ter certeza que vira certo, mas faltava coragem. Já chegava a sentir o suor escorrendo, tudo por causa da maldita timidez. Súbito, Vanessa escutou os comentários de Michelle. Vanessa olhou para a garota, que lançou um olhar de volta para ela, com ódio estampado. Percebeu que o fato do rapaz a estar paquerando deixava a garota muito brava. Vanessa adorou isso, e Michelle percebeu.

O vampiro tinha conhecimento da situação. Com sua audição super aguçada e visão apurada, acompanhava todo o desenrolar do conflito entre as garotas. Estava na hora de botar mais fogo. O rapaz pela primeira vez, desde que foi avistado, descruzou os braços. Lentamente ergueu um pouco a mão direita e, usando apenas o dedo indicador, fez um movimento pedindo para Vanessa se aproximar.

Vanessa viu, mas não acreditava. Ele realmente a estava chamando. Iria ou não?! As dúvidas surgiam em sua mente. Sentia seu corpo travado. O que fazer?!

Michele era ódio puro. O rapaz nem a notava. O viu chamar Vanessa e não ela. Michelle olhou para Vanessa, que lutava contra seus temores, e disse bem alto:

- Nem pense em ir até lá! Ele merece uma mulher de verdade e não uma coisinha estranha que nem você!

A turma toda escutou o que a garota disse e zoaram de maneiras diversas.

Vanessa ficou ainda mais na dúvida após ouvir o que Michelle disse. Será que o rapaz, por estar longe, não estaria equivocado em chamá-la?

Michelle sorriu, pois percebeu que deixara a garota para baixo, menos confiante.

A tímida garota brigava com ela mesma. Queria criar coragem, precisava superar o medo. Baixou a cabeça, fechou os olhos, se concentrou, começou a pensar que ela merecia. Que era bonita e podia sim ter um cara afim dela. Ficou repetindo várias vezes as frases mentalmente. A coragem surgia aos poucos. Iria sim até o rapaz. Não tinha o que perder. Iria, porém, ao abrir os olhos, determinada e pronta para caminhar até ele, viu, atônita, ao longe, Michelle falando com o rapaz. A desgraçada havia sido mais rápida, já estava até passando a mão no peito dele. Não demorou nem questão de minutos, e Michelle acompanhou o rapaz para trás de alguns veículos. Ela ainda fez questão de olhar para trás, para Vanessa, e sorrir, como se atestasse sua vitória.

Vanessa sentia vontade de chorar. Misturava raiva e revolta, ódio e tristeza. A turma toda viu a sacanagem de Michelle e percebeu o tanto que Vanessa estava abalada com o ocorrido, tanto que ninguém falou nada, nem mesmo Adriano.

A garota não sabia se ficava parada ali como se nada tivesse acontecido ou se corria embora. Passavam milhões de coisas por sua cabeça. Não conseguia esquecer o sorriso da vaca da Michelle. O ódio só aumentava. Chegou um ponto que ela tomou uma decisão que não era típica dela. Iria lutar pelo rapaz. Não deixaria barato. Colocou o copo vazio sobre a mesa de metal e saiu marchando em direção aos carros. Ninguém esperava essa atitude de Vanessa, mas vibraram, torcendo por ela.

Vanessa não sabia o que iria fazer ou falar ao chegar onde o casal estava, mas não iria desistir. Passava pelos vários carros estacionados se afastando do bar, escutando a música que tocava no estabelecimento cada vez mais longe. A turma ficara lá para trás. Ouvia alguns gemidos. Provavelmente a vadia da Michelle já estaria “dando” para o rapaz. Vanessa seguia, determinada. Estava próxima ao carro onde o casal estaria atrás, acelerou os passos, evitando assim que desistisse conforme se aproximava. Bastou fazer a curva em um carro branco para ficar de frente para o casal, porém, a cena que viu, estava longe de ser a que esperava.

Michelle estava deitava, sobre o colo do rapaz que estava agachado ao chão. Os olhos da garota estavam arregalados, e escorriam lágrimas que se misturavam ao sangue que esvaia de dois orifícios de seu pescoço. O rapaz levantou a cabeça, permaneceu a segurar a garota e olhou diretamente para Vanessa, que permanecia estática a observar. Ele realmente era muito pálido, e no momento sua palidez era apenas quebrada pelo sangue espalhado por toda sua boca que apresentava longos caninos. Caninos esses utilizados para perfurar e sugar o sangue de Michelle. Seus olhos flamejavam, um olhar vazio, parecendo olhos de um corpo oco, sem alma. Estava diante de um sugador de vidas, um vampiro.

Para ele pouco importava quem seria sua vítima, a “quietinha” ou a “extravagante”. O que importava mesmo era o sangue quente que ele tanto almejava.

Por um instante, todos ficaram sem movimentos, esperando o próximo passo. Então, Michelle quebrou o silêncio com uma súplica:

- Por... por favor... me... me... ajude!

Vanessa encarava os olhos de Michelle que gritavam por socorro. A garota sentia que morreria ali se não recebesse ajuda. Nem parecia mais aquela garota metida que pisava em todos que estivessem em sua volta. Estava vulnerável.

Vanessa levantou os olhos e encarou os do rapaz, do vampiro. Alguns segundos passaram, e Vanessa finalmente falou:

- Continue o que você estava fazendo. – Dito isso, Vanessa virou as costas e saiu caminhando calmamente, sem se importar com o destino da garota que tantas vezes a humilhou. Sumiu da visão do vampiro, deixando para trás Michelle que chorava cada vez mais, sabendo que sua vida estava por terminar nas presas de um vampiro.

Fim





8 comentários:

  1. Caracas,trágico,mas a história é interessante.

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  2. O desenrrolar da história é bem intrigante e o final deixa pairar uma duvida estarrecedora... a vingança é um prato que se come frio? Talves, porém a doçura que este prato traz a boca é indescritível.

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  3. Olá Olá! Que legaaaaaaaaaaaaal que vc está por aqui amigo Kampos!! E que meneiro seu blog... pow me visita sempre viu!? Nosso Palestra vive nos dando sustos mas nosso goleiro num tem pra ninguem... Então, vou seguir teu blog, rs! Ah...ainda non li seu conto, mas vou ler e volto aqui hehehehe beijos

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  4. Gostei bastante da historia, poderia até render uma continuação interessante (^_^)=b

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  5. uaauhuahauhuhaauahauh....bem legal kampos..
    manero...bem escrito...bem desenvolvido...final diferente...é isso ae...mto bom....

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  6. adorei!!! a Vanessa faz meu tipo! deixar a patricinha chata se dar mal!!

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  7. Adorei o conto Kampos !
    Tu escreves mto bem !

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