Nesta postagem apresento à vocês mais um conto de minha autoria, este criado para distribuir entre o público que participou do bate-papo sobre Vampiros e outros seres na VI FEIRA DO LIVRO DE POÇOS DE CALDAS, no dia 02 de maio de 2011.
O conto é curto e nele busco aproximar mais o público que estava presente ao tema do bate-papo.
O conto é intitulado "A Palestra".
Peço por gentileza que não utilize em sites, blogs ou impressos o conto sem minha permissão.
Espero que gostem!
Quem quiser, me siga no twitter: www.twitter.com/kamposss
Cruel é o que sou, o que preciso ser e o que quero ser....
Kampos
Foi a conta de entrar no auditório para as portas serem fechadas.
Sentia-se sortudo. Ficara sabendo da palestra em cima da hora e de forma muito inusitada. Enquanto caminhava perto do complexo cultural passou por um andarilho de roupas esfarrapadas, sujo, que falava sem parar consigo mesmo, e ao prestar mais atenção o ouviu falar da palestra sobre o sobrenatural que ocorreria ali perto em poucos minutos. Espantou-se em descobrir que o que fora dito por tal figura estranha fosse verdade, mas como adorava assuntos envolvendo criaturas da escuridão e seres místicos não poderia perder a chance.
O auditório estava lotado, as luzes já apagadas e três palestrantes e um mediador já se encontravam em seus lugares no palco. O silêncio no recinto era imenso, algo que chegava a ser impressionante, nunca fora em uma palestra na qual todos estavam tão interessados.
Havia apenas um lugar vazio, demorou alguns minutos para encontrar, e precisou passar na frente quase de uma fileira toda pedindo desculpas, mas conseguiu se acomodar.
Pronto! Agora era desfrutar da discussão do tema que ocorreria no palco. Estava contente, afinal, não tinha nada de interessante para fazer e, de repente, uma palestra dessas caiu de bandeja em suas mãos.
Logo que sentou, o mediador começou a apresentar o tema que para seu deleite envolveria vampiros, anjos e fadas, cada um representado por um membro palestrante.
E o silêncio no auditório ainda era imenso, nem sequer palmas no início ocorreram. Estranho!
A discussão começou, porém ainda não conseguira distinguir se os palestrantes eram autores de livros, filmes, ou qualquer outro tipo de mídia.
Nem bem começara e já estava acalorada. Cada palestrante parecia defender seu lado e suas ideias de forma firme.
Começou a sentir-se incomodado com a plateia tão atenta. Chegava a não prestar atenção na conversação no palco.
Correu os olhos pelo público. Todos sérios, atentos, não moviam um músculo sequer.
Olhou para o senhor, aparentando cinquenta e poucos anos, sentado ao seu lado, sério como todo o resto, atento ao que acontecia no palco.
Enquanto corria o olhar pela plateia, de canto de olhos jurava ter visto algo de estranho no palco. Olhou rapidamente e percebeu que o que viu era real. Algo estava diferente. Conforme a discussão ficava mais ferrenha, os palestrantes pareciam mudar fisicamente, cada vez mais parecidos com a criatura que defendiam. Jurava que um deles, o mais pálido, chegara a mostrar um par de caninos alongados, pior ainda quando percebeu um volume que aumentava nas costas de outro palestrante, aparentando asas querendo escapar de seu sobretudo.
Até mesmo a única palestrante mulher, com traços mais delicados, mostrava certas mudanças. Parecia menor e suas orelhas estavam diferentes. Mais gritante ainda eram as costas de onde brotavam algo... Seriam asas de fadas?!
Não... Não!! Impossível, assim pensou.
O que acontecia ali?! Estava ficando louco?!
Perdera a linha de pensamento com a voz forte do sério mediador que interrompeu os palestrantes que falavam uns atropelando os outros.
- SILÊNCIO! – Disse ele. – Estamos aqui para julgar essa raça de humanos que predomina em todo o Mundo. Não será uns difamando os outros que chegaremos a uma decisão.
Seu coração acelerou. Sentiu a boca secar e o calafrio bater. Então era isso. Por mais surreal que parecesse, a palestra era na verdade um julgamento e o réu nada mais era que toda a raça humana.
Precisava sair dali. Precisava alertar as pessoas. Precisava mesmo era fugir, porém, quando pensou em se levantar, o senhor ao seu lado enfim se moveu segurando forte seu braço esquerdo, e de forma arrepiante, olhou lentamente para ele e disse:
- O julgamento ainda não terminou. Fique sentado e logo saberemos o veredicto. – Os olhos daquele ser que até então parecia um mero professor de história ou algo semelhante brilharam como brasas e a mão extremamente gelada deixava claro que aquela criatura há muito não era humana.
Ainda em movimento para se levantar, correu os olhos novamente pelo recinto, agora mais atento ao que procurava, e viu ali olhos brilhantes para todos os lados, asas que pareciam escapar pelos cantos das vestimentas, criaturas que até então achava que só existiam nos livros, e constatou que talvez fosse o único ser humano no local, o único que fazia parte dos julgados, e mediante a isso, suspirou e sentou-se novamente, derrotado.
Bastava apenas esperar. Não demoraria. Logo chegaria ao final da palestra, do julgamento, e talvez, não só isso, mas também ao fim de sua existência.
O auditório estava lotado, as luzes já apagadas e três palestrantes e um mediador já se encontravam em seus lugares no palco. O silêncio no recinto era imenso, algo que chegava a ser impressionante, nunca fora em uma palestra na qual todos estavam tão interessados.
Havia apenas um lugar vazio, demorou alguns minutos para encontrar, e precisou passar na frente quase de uma fileira toda pedindo desculpas, mas conseguiu se acomodar.
Pronto! Agora era desfrutar da discussão do tema que ocorreria no palco. Estava contente, afinal, não tinha nada de interessante para fazer e, de repente, uma palestra dessas caiu de bandeja em suas mãos.
Logo que sentou, o mediador começou a apresentar o tema que para seu deleite envolveria vampiros, anjos e fadas, cada um representado por um membro palestrante.
E o silêncio no auditório ainda era imenso, nem sequer palmas no início ocorreram. Estranho!
A discussão começou, porém ainda não conseguira distinguir se os palestrantes eram autores de livros, filmes, ou qualquer outro tipo de mídia.
Nem bem começara e já estava acalorada. Cada palestrante parecia defender seu lado e suas ideias de forma firme.
Começou a sentir-se incomodado com a plateia tão atenta. Chegava a não prestar atenção na conversação no palco.
Correu os olhos pelo público. Todos sérios, atentos, não moviam um músculo sequer.
Olhou para o senhor, aparentando cinquenta e poucos anos, sentado ao seu lado, sério como todo o resto, atento ao que acontecia no palco.
Enquanto corria o olhar pela plateia, de canto de olhos jurava ter visto algo de estranho no palco. Olhou rapidamente e percebeu que o que viu era real. Algo estava diferente. Conforme a discussão ficava mais ferrenha, os palestrantes pareciam mudar fisicamente, cada vez mais parecidos com a criatura que defendiam. Jurava que um deles, o mais pálido, chegara a mostrar um par de caninos alongados, pior ainda quando percebeu um volume que aumentava nas costas de outro palestrante, aparentando asas querendo escapar de seu sobretudo.
Até mesmo a única palestrante mulher, com traços mais delicados, mostrava certas mudanças. Parecia menor e suas orelhas estavam diferentes. Mais gritante ainda eram as costas de onde brotavam algo... Seriam asas de fadas?!
Não... Não!! Impossível, assim pensou.
O que acontecia ali?! Estava ficando louco?!
Perdera a linha de pensamento com a voz forte do sério mediador que interrompeu os palestrantes que falavam uns atropelando os outros.
- SILÊNCIO! – Disse ele. – Estamos aqui para julgar essa raça de humanos que predomina em todo o Mundo. Não será uns difamando os outros que chegaremos a uma decisão.
Seu coração acelerou. Sentiu a boca secar e o calafrio bater. Então era isso. Por mais surreal que parecesse, a palestra era na verdade um julgamento e o réu nada mais era que toda a raça humana.
Precisava sair dali. Precisava alertar as pessoas. Precisava mesmo era fugir, porém, quando pensou em se levantar, o senhor ao seu lado enfim se moveu segurando forte seu braço esquerdo, e de forma arrepiante, olhou lentamente para ele e disse:
- O julgamento ainda não terminou. Fique sentado e logo saberemos o veredicto. – Os olhos daquele ser que até então parecia um mero professor de história ou algo semelhante brilharam como brasas e a mão extremamente gelada deixava claro que aquela criatura há muito não era humana.
Ainda em movimento para se levantar, correu os olhos novamente pelo recinto, agora mais atento ao que procurava, e viu ali olhos brilhantes para todos os lados, asas que pareciam escapar pelos cantos das vestimentas, criaturas que até então achava que só existiam nos livros, e constatou que talvez fosse o único ser humano no local, o único que fazia parte dos julgados, e mediante a isso, suspirou e sentou-se novamente, derrotado.
Bastava apenas esperar. Não demoraria. Logo chegaria ao final da palestra, do julgamento, e talvez, não só isso, mas também ao fim de sua existência.
Fim
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